PNEUMATOLOGIA - UM ESTUDO SOBRE O ESPIRITO SANTO

10/10/2013 23:09

PNEUMATOLOGIA


PROGRAMA DA MATÉRIA . INTRODUÇÃO O sécu1o em que vivemos tem sido marcado por maior interesse a respeito do Espírito Santo. Ao surgir o presente sécu1o, muitas pessoas foram despertadas a buscar a Deus por um avivamento espiritual que, veio, finalmente, emanado profusamente do Espírito Santo. Esse reavivamento estendeu-se rapidamente por toda parte, de maneira que o mundo inteiro tem sentido o impacto deste movimento realizado por Deus. Numerosas corporações evangélicas têm participado dele, as quais crêem que as experiências do dia de Pentecostes, no primeiro século da era cristã, podem se repetir nos dias atuais. O testemunho específico dos chamados “pentecostais” a doutrina do batismo com o Espírito Santo, cujo recebimento comprovado inicialmente por evidências físicas, mediante o falar em línguas estranhas.


Grande a nossa responsabilidade em instruir a nossa congregação acerca dessas verdades bíblicas. Naturalmente, necessário dedicarmos mais tempo ao estudo deste assunto tão importante. A Bíblia ensina que, antes da segunda vinda de Cristo, o Espírito Santo deverá ocupar um lugar preeminente na Igreja. E tarefa do Espírito Santo adornar a Igreja, a noiva de Cristo, para o iminente encontro com Ele. Portanto, como crentes participantes da gloriosa experiência pentecostal, precisamos da instrução adequada a respeito da natureza e dos ministérios do Espírito Santo como as bênçãos que Ele nos traz. Precisamos saber tudo o que Ele faz, quer seja na Igreja como um todo, ou em cada crente individualmente. Os que são batizados com o Espírito Santo precisam saber tudo acerca da Sua obra, pois uma coisa é recebermos uma experiência maravilhosa, sermos cheios do Espírito, e outra coisa bem diferente, estarmos preparados para falar acerca dela aos outros, de maneira inteligível e convincente. Necessitarmos, portanto, de habilidade para falar com segurança não apenas para defender nossa posição doutrinária mas também de conduzir outros à mesma experiência que desfrutamos. O batismo com o Espírito Santo uma gloriosa experiência, mas o Espírito deseja ministrar através dos crentes de várias maneiras. É possível conhecê-lo como uma pessoa e um amigo. O Espírito Santo realiza a obra de Deus em nós e por nós à medida que o conhecemos, pela experiência e pela doutrina. E isto que você vai estudar e inteirar-se. Durante este semestre, vamos estudar detalhadamente a respeito do Espírito Santo e Sua maravilhosa ação como Pessoa Divina, em favor da salvá-lo do mundo e do aperfeiçoamento da Igreja para a volta de Cristo, o Salvador.


B. ESBOÇO DO ESTUDO
CAPÍTULO I: A NATUREZA DO ESPÍRITO SANTO
1.Personalidade do Espírito Santo
2.Divindade do Espírito Santo
3.Nomes do espírito Santo
4.Símbolos do Espírito Santo


CAPITULO II: A OBRA E O MINISTÉRIO GERAL DO ESPÍRITO SANTO
1.NO ANTIGO TESTAMENTO
a)As referências ao espírito Santo no Antigo Testamento
b)O espírito criativo no Antigo Testamento
c)O Espírito Santo antes do dilúvio
d)O espírito dinâmico produzindo lideres no A.T.
1.Obreiros para Deus
2.Os juízes
3.Os primeiros reis de Israel
4.Os profetas
e)O espírito regenerador no Antigo Testamento
1.Operativo mas sem ênfase
2.O seu derramamento geral como fonte de santidade, uma bênção futura.
3.Em conexão com a vinda do Messias


2.NO NOVO TESTAMENTO
a)A vida de Cristo
1.O nascimento virginal (Lc 12:6-45; Mt 1:20)
2.Apresentação no Templo (Lc 2:22-39)
3.O batismo de Jesus (Mt 3:11-17)
4.O ministério público de Jesus
5.A crucificação
6.A ressurreição
7.A ascenção


b)A Igreja
1.O derramamento do espírito
2.Provisão do poder divino para a Igreja
3.A morada permanente do Espírito Santo na Igreja
4.A ascenção do espírito e o Arrebatamento da Igreja

c)O Espírito Santo no futuro
1.A tribulação
2.A revelação de Cristo
3.O milênio


CAPITULO III: O ESPÍRITO SANTO NA EXPERIÊNCIA HUMANA
1O ESPÍRITO SANTO E O PECADOR
a)Convence do pecado
1.Sente seu pecado
2.Convence da justiça de Cristo
3.Convence do juízo
b)Regenera


2O ESPÍRITO SANTO E O CRENTE
a)Habita nele
1.Certificando a filiação divina
2.Comungando
3.Assistindo no louvor e na oração
4.Instruindo e lembrando
5.Guiando
6.Confortando
b)Santifica
c)Batiza
d)Cura
e)Arrebata e glorifica


3.PECADOS CONTRA 0 ESPÍRITO SANTO a)Por parte do descrente 1.Resistindo ao espírito 2.Maneiras de resistir ao espírito
b)Por parte do crente 1.Mentir à pessoa do Espírito Santo 2.Entristecer o espírito 3.Apagar o espírito


CAPITULO I
A NATUREZA DO ESPÍRITO SANTO
INTRODUÇÃO
Desde o dia de Pentecostes, o Espírito Santo tem se manifestado de maneira diferente, especialmente desde o início do século XX, quando surgiu o moderno movimento pentecostal. Entendermos que este derramamento do Espírito representa um dos sinais importantes do regresso de Jesus a este mundo. A proeminência que o Espírito Santo em Sua obra ocupa nestes dias torna imperativo que os crentes sejam bem informados acerca da Terceira Pessoa da Trindade. Aquele que se aprofundar biblicamente neste assunto desfrutará ricas experiências, pois é através do Espírito que Jesus se revela ao mundo. E pelo espírito que Cristo opera com poder na Sua Igreja. Precisamos da Sua plenitude. Os tempos que atravessamos são tempestuosos e Satanás sabendo que pouco templo lhe resta, opera vigorosamente contra Deus e contra a Sua causa. Somente no poder do Espírito Santo, seremos capazes de vencer estas forças malignas. Enquanto estudamos este assunto, acerca da natureza e do ministério do Espírito Santo, não nos contentemos apenas com um conhecimento superficial do assunto, mas peçamos ao Senhor, a plenitude dessa bênção e do poder que o Espírito Santo veio ao mundo para suprir.


1.A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
Muitas pessoas pensam que o Espírito Santo é uma mera força intocável, ou apenas uma misteriosa influência que ninguém define. Essa opinião está bem longe da verdade, pois o Espírito Santo é uma pessoa, sim, a Terceira Pessoa da Trindade — Jo14:1,9,17; Mt 3:13-17.
Uma forma corpórea não se faz necessário para que haja personalidade. Entretanto, encontramos os três seguintes atributos numa personalidade:
1.Intelecto — habilidade para pensar.
2.Sensibilidade — habilidade para sentir.
3.Volição — habilidade para escolher.


Encontramos esses três fatores no Espírito Santo:
1.Inte1ecto— Rm 8 27; I Co 2:10,11 13; 12:8
2.Sensibilidade - Is. 63.10, Rm 15.30; Ef. 4.30
3.Volição - At 16:6-11; I Co 12:11
a)Promessas do Espírito Santo
Jesus ensinou aos discípulos acerca do Espírito Santo no final do seu ministério, usando os pronomes pessoais.
Sempre usando o pronome masculino, não neutro — Jo 14:16-17; 15:26; 16:7-8,13-14.


b)Ações do Espírito Santo
Encontramos outras provas da personalidade do Espírito Santo em Suas ações Notamos que:
Ele ensina — Jo 2:27; 14:26; Ne 9:20
Ele ora - Rm 8:26
Ele ordena — At 16-6-7
Ele testifica — Jo 15:26
Ele fala—At 13:2; 21:11
Ele guia — At 16:6-7; Rm 8:14
Ele faz comunhão - II Co 13:14 4
Ele faz milagres — At 10:38
Ele revela — Lc 2:26
Ele faz seu prazer- At 15:28; I Co 12:11


c)Ações contra o Espírito Santo
O espírito pode ser tratado como Pessoa. Segundo Pedro, Ananias mentiu a Ele — At 5:3.
•Existe a possibilidade de entristecer o Espírito Santo — Ef4:30;
•pode-se contristar — Is 63:10;
•pode-se resistir ao Espírito Santo — At 7:51;
•pode-se blasfemar o Espírito Santo — Mt 12:31-32;
•pode-se extinguir o espírito — I Ts 5:19
Não seria possível fazer essas coisas contra o espírito se Ele fosse apenas uma influência.


d)Seu Nome
Uma das razões porque se atribui personalidade ao Espírito Santo é o fato de que a Bíblia lhe concede certos nomes. Um dos Seus grandes títulos é o CONSOLADOR — Jo14:16,26; 16:7-13.
Consolador significa “alguém chamado para estar ao lado”, indicando o ministério confortador do espírito Santo A palavra grega “Paracleto” significa: para = ao lado, e kaleo = chamar ou pedir.
O espírito Santo hoje é o nosso Paracleto ou (paráclito) e Consolador.


2.A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO
As Escrituras não apenas revelam o Espírito Santo como uma Pessoa, mas também atesta a sua divindade, quando afirma que Ele é Deus.
O incidente da tentativa do logro praticada por Ananias e Safira em Atos 5 serve para ilustrar a divindade do Espírito Santo.
Pedro acusou Ananias de ter mentido ao Espírito Santo (v. 3). No versículo seguinte Pedro disse: “mentiste a Deus”.
a)Atributos de Deus no Espírito Santo
Outra prova da divindade do espírito encontra-se nas qualidades divinas atribuídas a Ele.
•Eternidade—Hb 9:14
•Onipresença (está em toda parte) — Sl.139:7-10
•Onipotência (todo o poder) - Lc 1:35; Rm 15:18-19
•Onisciência (todo conhecimento) — I Co 2:10; Jo 14:26, 16:13
•Amor—Rm 15:30
•Verdade—Jo 16:13
•Soberania—I Co 2:11
No Seu próprio nome “Espírito Santo”, vemos a santidade. Somente Deus possui estas qualidades.
b)Atividades divinas no Espírito Santo
Notemos também o poder criativo do Espírito Santo. Na criação do mundo o Espírito trouxe a vida — Gn 1:2; Jó 26:13; 33:4; Sl 104:30.
4 Observamos em João 16:8-11 a tríplice obra do espírito Santo no pecador:
1.Convencer do pecado — v. 8
2.Convencer da justiça — v. 10
3.Convencer do juízo — v. 11
Também notamos a obra do espírito Santo na ressurreição de Jesus Cristo, e o mesmo poder operará em nós na ressurreição dos mortos —II Co 4:13-14.
c)Igualdade com Deus Pai e O Filho
1.Comissão apostólica — Mt 28:19
2.Bênção apostólica — II Co 13:13
3.Administração da Igreja —Ef. 4:4-6


3- OS NOMES DO ESPÍRITO SANTO
Os nomes e títulos do Espírito Santo são muito significativos, pois revelam Sua natureza e obra.
a)Os nomes do Espírito Santo em relação com o Pai Isto significa que Ela tem re1ação íntima com o Pai, no que se refere ao nosso bem-estar espiritual e segurança.
1.O Espírito de Deus -Gn 1:2; Mt3:16
2.O Espírito de nosso Deus — I Co 6:11
3.O Espírito do Senhor Jeová — Is 61:1
4.O Espírito do Seu Pai — Mt 10:20
5.O Espírito do Deus vivo —II Co 3:3
6.O Espírito do Senhor — Lc 4:18


b)Os nomes do Espírito Santo em re1ação com o Filho Estes nomes dados a Terceira Pessoa da Trindade não significa que sejam dois espíritos distintos, como alguns pensam, mas sim que o Espírito é dado em nome de Cristo, pois é enviado por Cristo.
O Seu trabalho especial é glorificar o Filho de Deus.
1.O espírito de Cristo — Rm 8:9; I Pe 1:22
2.O espírito de Jesus Cristo — Fp 1:19
3.O Espírito de Jesus—At 16:7


c)Os nomes do Espírito Santo que indicam atributos divinos
1.O espírito eterno —Hb 9:l4
2.O espírito da vida — Rm 8:2
3.O Espírito de santidade — Rm 8:2
4.O espírito de sabedoria — Ex 28:3; Is 11:2
5.O espírito da verdade — Jo 14:7
6.O Espírito da graça — Hb 10:29


d)Os nomes do Espírito Santo que indicam Sua obra
1.O Espírito de adoração — Rm 8:15
2.O espírito de fé—II Co 4:13
3.O espírito de Oração — Rm 8:26-27


4.OS SIMBOLOS DO ESPÍRITO SANTO
Os símbolos do Espírito Santo são palavras empregadas nas Escrituras como i1ustração. Você perceberá que eles representam a ação do espírito através dos vários ministérios que exerce em favor do povo de Deus.


a)FOGO - LC 3:16
1.O Fogo queima — Hb 12:29; Is 4:4. A manifestação da ardente santidade de Deus.
2.O fogo consome — consome o que é combustível: madeira, palha, feno — I Co 3:13-15
3.O fogo limpa — O fogo pode tirar a escória de diferentes matérias. E o símbolo do poder purificador — Is 6:6-7; Nm. 3:2-3. 4.O fogo amolece —O fogo do espírito derrete os corações endurecidos — At 2:37.
5.O fogo endurece —O espírito Santo que torna o crente mais branco, também o torna mais resistente, mais forte.
6.O fogo ilumina — Israel era guiado à noite por um clarão de fogo — Ex 13:2 1. O espírito nos guia—Gl. 5:18.


b)VENTO-At. 2: 2
Jesus falou do vento como símbolo do Espírito Santo. O vento é invisível, mas é real. Não podemos tocá-lo, nem entendê-lo, mas podemos senti-lo — Jo 3:8.
A mesma palavra “pneuma” que é usada em referencia ao Espírito Santo, também é traduzida por “vento”, “ar” ou “fôlego”. Deus soprou em Adão o fôlego da vida e ele tornou-se alma vivente.
A ação do vento simboliza benefícios proporcionados a nós pelo Espírito Santo. Dentre estes, destacam-se os seguintes:
I.Transmissão — Todo som é transmitido pelas ondas do ar. Através do Espírito Santo nossas orações são transmitidas a Deus — Rm8:26. por intermédio do Espírito Santo, a mensagem de Deus é transmitida aos pecadores Lc. 4:18.
2.Poder — Como um vento forte e impetuoso, o Espírito Santo manifestou-se no cenáculo, onde os crentes primitivos estavam reunidos no dia de Pentecostes At 2:2; 37:41
3.Refrigério —O vento movimenta e refresca, amenizando o calor do sol Sl. 23:3.7


C)ÁGUA. RIO. CHUVA – Jo. 7:37-39
1.Origem:
a)Cristo, a fonte — João 7:37-39
b)Cristo a rocha fendida — Ex 17:6; I Co 10:4
c)O rio procede do altar — Ez 47:1-2
d)A chuva vem do céu - Is.55.10
2.Proporção:
a)A Água é abundante, nunca falta.
c)água de um poço — fica limitada — Jo 4:6:13
d)água a jorrar — ilimitada — J0 4:14
3.Utilidade:
a)A água refresca e dessedenta — 51 42:2; 23:2
b)A água faz brotar as árvores e a erva — Jo 14:9; Is 44:4
c)A água limpa— Hb. 10:22;Tt.3:5
d)A água alimenta — Is 44:3
4.Valor:
a)A água é gratuita—Is55:1
b)A água é indispensável à vida.


d.ÓLEO - AZEITE - Zc 4:2-6
O óleo é considerado símbolo do Espírito Santo porque era utilizado nos cerimoniais de unção e consagração de profetas, sacerdotes e reis no A.T. (Ex 30:30; Lv. 8:12; I Sm 10:1, 16:13). 1.Aplicação simbólica do óleo (azeite)
a)Azeite na orelha, na mão e no pé — Lv. 14:17. Habilitação para ouvir a voz do Deus, para trabalhar, para andar no caminho do Senhor.
b)Azeite no rosto — Sl 104:15; Hb. 1:9 — para brilhar de alegria. c)Azeite nas feridas — Lc. 10:34 — para restauração pelo Espírito Santo.
2.A unção com óleo representa a finalidade da Unção do Espírito
a)Consagração do sacerdote para ministrar as coisas sagradas — Lv 8:10-12; Rm 15:16.
b)Para servir eficientemente — Ap 3:18; Hb 1:9; II Co 4:18.
c)Para enxergar perfeitamente — Ap 3:18
d)Para comunicar conhecimento espiritual — I Jo 2:20; I Co 2:9-10.
e)Para confirmar em Cristo —IICo l:21;Hb3:14.
O óleo era usado para alimentar, iluminar, lubrificar, curar enfermidades, suavizar a pelo, etc.


e. SELO —Ef 1: 13; II Tm2:19
1.Propriedade:
Especialmente em épocas passadas, a impressão de um selo indicava a resolução do proprietário do selo como sinal de que alguma coisa lhe pertencia. Os crentes são propriedade de Deus, e a habitação do Espírito Santo neles é a prova desta possessão divina — Rm 8:9. 2.Legitimidade e Autoridade
Os documentos eram reconhecidos e válidos mediante os selos da União, do Estado, etc. Quando Jesus foi sepultado, os principais sacerdotes pretenderam manter a Sua sepultura em segurança, selando-a e conservando-a sob guarda: Mt 27:66 Violar aquele selo implicava afrontar o governo romano. Assim, aquele que ataca um filho de Deus, selado com o Espírito Santo, ataca a autoridade do Governo Celestial que nos tem autenticado como verdadeiros Filhos de Deus. 3.Segurança ou preservação — Ef 1:14
Alguns produtos, como conserva de frutas e vegetais, são lacrados (selados) como meio de evitar a penetração do ar, a fim de preservá-lo da deterioração durante todo o tempo em que o selo foi conservado intacto. Assim também as nossas vidas são seladas pelo espírito Santo e preservadas da má influência deste mundo contaminado.


4.O selo é o Espírito Santo
a)Jesus viveu pelo Espírito Santo — Lc 14:18
b)Jesus se ofereceu e morreu pelo Espírito Santo — Hb 9:14
c)Jesus ressuscitou pelo Espírito Santo — Rm 8:11
d)Jesus vive em n6s pelo Espírito Santo — Cl 1:27
e)Jesus produz vida em nos pelo Espírito Santo — I Jo 4:17; Gl 6:8


f. A POMBA - Mt.3:16-17
O Espírito Santo desceu sobre os discípulos no cenáculo em forma de fogo; havia o que queimar.Sobre Jesus veio em forma corpó6rea de uma pomba, símbolo da pureza e inocência de Cristo. 1.A pomba saiu da arca, depois do juízo do sepultamento da terra nas Águas e sua imersão — Gn. 8:8-12. O espírito Santo veio do céu sobre os discípulos depois do juízo que caiu sobre Jesus por causa dos nossos pecados — At 2:1-4; Rm 6:3-5.
2.A pomba foi enviada três vezes e, na terceira vez ficou. O espírito foi enviado três vezes: a) sobre os profetas; b) sobre Jesus e c) no Pentecostes — sobre a Igreja e veio para permanecer com ela (Mt 3:16; Jo 14:16-17; At2:1-4; I Pe 1:10-1l).
A natureza da Pomba: A pomba é uma ave limpa. Era usada para sacrifícios — Le 2:24. Este símbolo fala de gentileza, ternura, amabilidade, inocência, bondade, brandura, paz, pureza e paciência. Não há dúvida de que estas virtudes são próprias do Espírito Santo e mostram a maneira como Ele age no crente para produzir estas qualidades.


CAPÍTULO II
A OBRA E O MINISTÉRIO GERAL DO ESPÍRITO
1.NO ANTIGO TESTAMENTO
a)As referências ao espírito Santo no Antigo Testamento
Consideremos agora o trabalho e a presença do espírito Santo no AT. Segundo T. L. Holdcroft em seu livro “O espírito Santo”, Ele é mencionado oitenta e oito vezes no AT. Isso significa a terça parte das vezes que Ele é mencionado no N. T. Vinte e três, dos 39 livros do Antigo Testamento fazem referência ao espírito Santo, e o livro de Isaías menciona o Espírito Santo quatorze vezes mais que os outros.
b)O Espírito Criativo no Antigo Testamento
Antes que fosse criado o homem, e mesmo antes que houvesse mundo, o espírito Santo existia. Em Gn 1:2 a terra é descrita como uma massa sem forma e vazia, e envolta em trevas. Um rio de esperança penetrava na escuridão: “O espírito de Deus se movia sobre a face das águas”. Todos os três membros da Trindade participaram da criação. O Pai exerceu a vontade e planejou a obra da criação; o Filho realizou esse plano. O Espírito Santo também cumpriu a Sua parte, que é especialmente a de transmitir vida.


O Espírito Santo em Sua obra:
1.Deu vida na criação e no sustento do universo— G. 1:2; Si 104:30.
O Espírito Santo é o fornecedor e sustentador da natureza. O livro de Jó fala muito a respeito desta obra. Em Jó 26:13 lemos: “Pelo Seu Espírito ornou os céus”. A palavra “ornar” significa decorar ou adornar. Com que os céus estão adornados? A noite resplandece com o brilho dos corpos celestes. Os astrônomos analisam as mudanças de cor nas estrelas. Quem não aprecia a beleza do sol poente? O cristão especialmente, sente grande prazer com essas maravilhas, porque conhece o Artista que pintou cenas tão lindas. O salmista declarou no S1 33:6: “Pela palavra do Senhor foram feitos os céus e todo o exército deles pelo Espírito de Sua boca.” “O Espírito de Sua boca”, é o Espírito Santo ajudando na criação dessas maravilhas encontradas no universo — S1 29:1, 19.
2.Deu vida na criação e no sustento do homem — Gn 2:7; Jó 33:4; S1 33:6.
3.Comunica vida e produz o novo nascimento — Jo 3:5.
5.Ressuscitou a Cristo da morte — Rm 1:4; 8:11.


c)O Espírito Santo Antes do Dilúvio
Gênesis 6:1-7 descreve a corrupção dos homens antidi1uvianos, dias em que seus pensamentos e ações eram más continuamente. Em conseqüência disso Deus entristeceu-se e decidiu destruir a raça humana, com exceção da família de Noé, através da qual o mundo se propagaria. No meio de tão intenso juízo, Deus se lembrou da misericórdia, dando a Noé um meio de escape através da arca que salvou a sua vida II Pe 2:5.
Durante 120 anos, enquanto construía a arca, o Espírito de Deus contendeu e persistiu com os incrédulos. O ministério do Espírito é trabalhar com o pecador, avisando-o do perigo que ameaça acontecer se ele recusar a Palavra de Deus. Gn 6:3 diz: Não contenderá o meu Espírito para sempre. “Embora a paciência de Deus seja grande, ela é limitada em certo sentido. O ímpio não deve presumir que de qualquer jeito e em qualquer época Deus usará a misericórdia. Os antidiluvianos abusaram desta misericórdia e foram destruídos. Podemos notar duas coisas aqui: a resistência do povo ao Espírito Santo e a persistência do Espírito pelejando com o pecador.
d)O Espírito dinâmico produzindo líderes no Antigo Testamento
Muitos homens no AT. receberam poder especial do espírito Santo, outorgando-lhes capacidade especial no exercício de seus ministérios. Foram homens de ação, organizadores, executivos, etc.


1.OBREIROS PARA DEUS:
José — a nação do Egito enfrentou um tempo de crise sem precedentes em sua hist6ria. Deus capacitou um jovem hebreu para reve1ação de mistérios, quando interpretou os sonhos do rei, avisando a Faraó que sete anos de fartura seriam seguidos por sete anos de fome. José sugeriu ao rei que escolhesse um administrador, encarregando-o de guardar os cereais durante os anos de fartura. Disse o rei: “Acharíamos um varão como este em que há o Espírito de Deus?” — Gn 41 38-40 Então o rei escolheu José, julgando que se ele pudera receber interpretação divina dos sonhos, poderia então receber sabedoria administrativa para a emergência nacional. José recebeu o cargo e pelo Espírito do Senhor administrou a vida econômica do Egito, salvando a vida de muitos.
Bezaleel — quando Moisés precisava de um homem. que seria ao mesmo tempo arquiteto, desenhista, superintendente, mestre de obras, carpinteiro e artesão, Deus capacitou a Bezaleel para realizar a construção do tabernáculo no deserto (Ex 31:1 -6); e para ensinar outras pessoas - Ex 35:34). O Espírito Santo não apenas operou na “obra espiritual”, mas também na “obra material”, e para elas necessitamos da mesma operação do Espírito que ajudou Bezaleel.
Moisés — Isaías 63:11 diz que Moisés foi cheio do Espírito Santo. E o Espírito que habitava em Moisés foi transmitido aos setenta anciãos, demonstrando assim que Moisés era um homem cheio do Espírito Santo — Nm. 11:16-25. Ele recebeu capacidade, autoridade e sabedoria para liderar o povo de Israel.
Josué - em Nm. 27:18 e Dt. 34:9, diz que era um homem no qual residia o Espírito Santo. Josué recebeu do Espírito Santo autoridade divina para comandar e liderar os israelitas a conquistar a terra prometida — Js. 6-10.


2.OS JUÍZES:
A Bíblia fala que certos juizes experimentaram a descida do Espírito Santo em suas vidas, concedendo-lhes habilidade administrativa para liderar o povo de Israel e obter grandes vit6rias sobre os seus inimigos.
Sansão — as Escrituras falam que o espírito do Senhor era o segredo da força de Sansão — Jz13:25. Não devemos pensar que Sansão foi um gigante e de proporções físicas fora do comum, capazes de torná-lo um herói. Quando o espírito do Senhor vinha sobre ele, então ele podia matar um leão com as mãos — Jz14:6,19; 15:14. Foi quando a espírito do Senhor vejo sobre ele que recebeu forças para matar mil homens com uma queixada de jumento — Jz15:15.
Otniel — foi a primeiro juiz. Ele adquiriu sabedoria para julgar Israel. Jz 3:9-10. “Veio sobre ele a espírito do Senhor...”
Gideão — foi a sexto juiz. Apesar de seus inúmeros opressores, ele venceu os midianitas com seus trezentos homens pelo poder do espírito Santo. “Então o Espírito do Senhor revestiu Gideão...” — Jz6:34.
Jefté - foi a nono juiz. Ele venceu os filhos de Amom e libertou os israelitas, conforme está escrito em Jz11:29— “Então o Espírito do Senhor veio sobre Jefté..”. Podemos perceber que as grandes vitórias alcançadas por esses homens de Deus no A.T., era o resultado do poder do Espírito Santo operando sobre eles.


3.OS PRIMEIROS REIS DE ISRAEL:
O Espírito Santo operou ativamente durante a primeira época dos reis de Israel. O poder do espírito Santo transformou Saul em outro homem — I Sm 10:6. O espírito ungiu esse rei para conduzir Seu povo contra o inimigo — I Sm 11:6,11. A autoridade de Saul para reinar e as vitórias por ele alcançadas eram dadas pela poder do Espírito operando nele. A derrota de Saul foi a resultado de sua obstinada desobediência às ordens de Deus — I Sm 13:8-18; 15:18-19,22. Quando Samuel ungiu a Davi, o espírito veio e permaneceu sobre o futuro rei de Israel — I Sm 16:13. Foi essa unção que deu vitória a Davi sobre o filisteu Golias e para reinar tão bem sobre a nação, bem como lhe inspirar para escrever os maravilhosos Salmos. Esse homem que era “segundo o coração de Deus” compreendeu a tragédia que seria para ele se Deus lhe retirasse o Seu espírito - 51 51:11 Davi orou: “Não retires de mim o Teu Espírito”.


4.OS PROFETAS:
A obra do Espírito Santo no A.T. atingiu o ponto máximo através do ministério dos profetas. Através desses homens de Deus Ele operou de três maneiras: a)Fizeram maravilhas pelo seu poder. Por exemplo, Eliseu reconheceu o Espírito como o poder principal na vida de Elias, pedindo como uma bênção final, que lhe fosse dada a porção dobrada da unção que estava sobre Elias. Estes dois profetas serviram a Deus numa época de crise espiritual nacional, e as vitórias por eles alcançadas nesta época e com os maus reis, manifestaram ainda mais o poder do Espírito Santo operando em suas vidas.
b)Os profetas falaram e pregaram a mensagem de Deus sob a unção do Espírito para sua geração e sua época.
c)A palavra escrita por eles foi produzida pela inspiração divina do espírito e preservada para a posteridade. Pedro disse que “esses homens falaram inspirados pelo Espírito Santo” — I Pe 1:10-12.


O espírito regenerador no Antigo Testamento
1.Operativo mas sem ênfase — Is 63:10-11; 51 51:11; 142:10; Ne 9:20. Em seu livro “Conhecendo as doutrinas da Bíblia “, MyerPearlman diz: “O nome Espírito Santo ocorre somente três vezes no A. T.., mas oitenta e seis vezes no Novo, sugerindo que no A. T. a ênfase está sobre operações dinâmicas do espírito, enquanto no N T. a ênfase está sobre o Seu poder santificador “.
2.Seu derramamento Geral Como Fonte de Santidade, uma Bênção Futura. Quando os israelitas experimentaram a descida do Espírito Santo em forma parcial ou particular, vários de seus profetas profetizaram que chegaria o momento quando a descida do espírito Santo seria universal, ou geral — Jl2:28-19. Esta declaração prediz o derramamento do Espírito Santo sobre toda a carne, fazendo “toda a carne” participar de um acontecimento, que na história do povo israelita, ocorreu apenas individualmente, em ocasiões esporádicas. O derramamento do Espírito Santo seria de tal magnitude que viria acompanhado da profecia.
3.Em conexão com a vinda do Messias Foi necessário a vinda de Jesus Cristo ao mundo, para efetuar a salvação e depois conceder a efusão universal do espírito Santo — Mt 3:11. MyerPearlman disse: “A grande bênção da nova época seria o derramamento do Espírito e foi o mais elevado privilégio do Messias, o de conceder o espírito”. Então, o prometido derramamento do espírito Santo, teria como ponto culminante a pessoa do Messias Rei. Podemos notar que no AT., o Espírito Santo é revelado de três maneiras:
1. Como Espírito criativo, cujo poder o universo e todos os seres foram criados;
2.O Espírito dinâmico ou doador de poder;
3.Como Espírito regenerador, através do qual a natureza humana é transformada.


2. O ESPÍRITO SANTO NO NOVO TESTAMENTO
Observaremos que o ministério do Espírito Santo no N. T. é bem mais amplo do que no A.T., quando consideramos a Sua manifestação na vida e ministério de Jesus Cristo; assim como na igreja estabelecida por Ele e também no milênio com sua atividade e presença maravilhosa. o Espírito Santo ficou em silêncio, sem falar com os homens, durante quatrocentos anos aproximadamente, antes do nascimento de Jesus Cristo. Durante esse período, nenhuma mensagem de Deus foi profetizada ao Seu povo. Então repentinamente, começa um período de intensa atividade espiritual fora do comum. Somente no Livro de Lucas, nos primeiros dois capítulos, encontramos oito referências ao Espírito Santo, ou seja, de pessoas falando e profetizando sob o poder do Espírito — Lc. 1:15, 35, 41, 46-55, 67-69~ 2:25-27, 30-35, 36-38.


A.O ESPÍRITO SANTO E A VIDA DE CRISTO
1 O nascimento virginal — Lc1 :26-4J, Mt 1:20
Um anjo apareceu em Nazaré, a uma virgem chamada Maria, anunciando-lhe que, pelo poder do Espírito Santo, ela conceberia e daria à luz um filho, que seria o Salvador do mundo — Is 7:14; Mt 1:22-23. O anjo apareceu a José, noivo de Maria, garantindo-lhe que a gravidez dela era o resultado da ação poderosa do Espírito Santo. O anjo disse a José e Maria que este filho nasceria sem pecado. A Bíblia diz em Lc1:35 que “o santo” que dela ia nascer seria chamado o “filho de Deus”. E em Mt 1:21 o seu nome seria Jesus e a obra dele seria “salvar o seu povo dos seus pecados”. A passagem de Cristo pelo mundo representa a vitória sobre o pecado, e o resultado de Sua vinda foi a restauração da raça humana.


2.A apresentação no Templo — Lc 2:22-39
Após o nascimento de Jesus, durante a Sua apresentação no Templo, o Espírito manifestou-se novamente de forma especial sobre Simeão e Ana — 2:30-38. O Espírito revelou a Simeão a verdadeira identidade do menino, anunciando que era Cristo, o Messias prometido — Lc2:25-27. Simeão, homem sobre quem o Espírito estava, foi impulsionado pelo mesmo Espírito, no momento certo a ir ao Templo, e por ele falou a respeito de Jesus, a quem tomou nos braços.


3.O batismo de Jesus—Mt 3:11-17
Depois de um período de atividade, aparentemente menor na vida de Jesus, o Espírito Santo tornou a manifestar-se de modo especial. Estando João a batizar no rio Jordão, Jesus veio a estar com ele. Quando Jesus foi batizado, o Espírito Santo desceu sobre ele, marcando o início do Seu minist6rio. Ao imergir Jesus, João Batista viu um sinal que Deus lhe indicara: “Sobre aquele que vires descer o Espírito e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo” — Jo1:33. Este sinal era necessário para que João reconhecesse quem era Cristo, o Messias, e assim poder apresentá-lo especificamente ao povo judeu — Lc3:21-22. Assim, ao abrirem-se os céus e o Espírito Santo descer sob a forma de pomba, João percebeu que contemplava o próprio Cristo.


4.O ministério público de Jesus
O Espírito Santo operou na vida do Filho de Deus, de uma maneira especial. Essa atividade será mais bem compreendida, ao entendermos como Jesus despojou-se da Sua glória. Esta experiência está relatada em Fp 2:7, onde diz que Cristo era co-igual com Deus e era o próprio Deus fazendo parte da divindade. Mesmo desfrutando dessa elevada posição, ele a renunciou voluntariamente, tornando-se homem para sofrer a morte. Ele deixou a glória que tinha junto ao Pai, antes que o mundo existisse — Jo 17:5. Ao vir ao mundo em forma humana, voluntariamente, ele assumiu a forma de servo sobre Si. Através do ministério do Espírito, no qual confiou, Jesus tornou-se dependente de Deus; limitando-se a operar através do Espírito Santo e Seu poder.
Inicialmente, o Espírito conduziu Jesus ao deserto para ser provado pelo diabo (Mt 4:1-10). Ao descrever este episódio, Marcos salienta a ação do Espírito dessa forma: “Impeliu-O”. Lembremos que Espírito não levou Jesus ao deserto para deixá-lo à mercê dos ataques de Satanás. Na verdade, Jesus, cheio do Espírito Santo (Lc 1:4), obteve vitória sobre toda tentação, usando a espada do Espírito, a Palavra de Deus (Hb4:12).
Só depois da tentação foi que Jesus começou Seu ministério propriamente dito —Mt 4:17, 23-25. Os cristãos também, depois de receberem o batismo no Espírito Santo, são aprovados para terem sua fé mais arraigada e então desempenharem melhor seu ministério. Depois disto, Jesus iniciou um ministério de três anos e meio, repleto do poder de Deus, enfrentando e vencendo os inimigos da humanidade. O poder que estava nEle fazia com que dominasse sobre: -A natureza, que não pode continuar em sua fúria ao ouvir a voz de Jesus ordenando. “Aquietai-vos” (Mc 4:39; Mt 8:23-27), ou quando o mar ofereceu firmeza aos pés de Jesus ao andar sobre ele (Mt 14:22:23). -As circunstâncias, que foram transformadas mesmo quando pareciam impossíveis, como acontecem quando ele alimentou milhares de pessoas, com apenas alguns pães e peixes (Mt 14:17-21).
-As doenças. Onde quer que Ele passasse, os cegos viam, os coxos andavam, os leprosos eram limpos, os surdos ouviam e toda classe de doentes era trazida para que ele curasse. Esse ministério não tinha precedentes na hist6ria da humanidade (Mt 11:5; 8:1-4, 14-17).
-Os demônios, fazendo com que estes fugissem ante a Sua presença, libertando dessa forma a humanidade da aflição que eles causavam (Lc 11:20; Mt 12.28, Mc 5:7; At 10:38). -A morte, que perdeu seu poder diante da poderosa palavra que Jesus lhe dirigiu ao libertar algumas pessoas de suas garras, trazendo-as novamente A vida; como poderemos observar nos exemplos seguintes: “Moço, a ti te digo: Levanta-te” (Lc7:14-17).
A Lázaro, disse em grande voz. “Vem para fora” (Jo11:43). Aqueles que o ouviram disseram: “Nunca homem algum falou como este homem”. A pregação de Jesus era diferente dos demais homens (Jo7:43). Não era somente a essência de Sua mensagem, mas também a maneira de expressá-la, que causava admiração. Seu falar demonstrava força e autoridade, que transformava a vida dos seus ouvintes.
Cristo exerceu Seu ministério não apenas como Deus, mas como homem perfeito, ungido pelo Espírito Santo. Esse ministério maravilhoso que operava em Cristo era o resultado do poder do Espírito que nEle estava. Da mesma forma, os cristãos devem depender de Deus, para que assim, o Espírito que operava em Cristo tenha lugar, realizando obras sobrenaturais no seu ministério; pois ainda hoje podemos receber o mesmo poder que estava em Cristo.


5.A crucificação
O mesmo Espírito que impeliu Jesus ao deserto, sustentando-O ali e operou em Seu ministério, também Lhe concedeu força para consumar este ministério sobre a cruz onde, “pelo Espírito eterno Se ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus.” (Hb 9:14). Ele foi à cruz com a unção ainda sobre Si.
OEspírito manteve diante dEle as exigências inflexíveis de Deus e O encheu de amor e zelo para com Deus, prosseguindo, apesar dos impedimentos da dor e dificuldades, a efetuar a obra de redenção do mundo (Hb 12:2). Este mesmo Espírito proporcionou o triunfo de Cristo sobre a morte para “levar-nos a Deus” (I Pe 3:18).


6. A ressurreição
O Espírito Santo foi o agente vivificador na ressurreição de Cristo e O será também na nossa —Rm 1:4;8:I1,23.
7. Ascenção
A concessão do Espírito Santo na vida de Cristo foi em três fases:
a)Na Sua concepção, quando o Espírito de Deus agiu nesse momento, procedendo com poder vivificante e purificador no Espírito de Jesus, Ele foi ingressado em Sua carreira como Filho do homem e pelo qual viveu até o fim.
b)Com o passar dos anos, começou uma nova relação com o Espírito Santo. O Espírito de Deus passou a ser o Espírito de Cristo no sentido de que repousava sobre Ele para exercer seu ministério messiânico.
c)Após Sua ascenção, o Espírito de Deus veio a ser o Espírito de Cristo no sentido Dele ser outorgado a outros (Jo 1:33). Após a ascenção, que aconteceu há séculos atrás, o Espírito continua a cumprir o ministério de Jesus Cristo na terra. O cristão certamente reconhece Cristo como o único objeto da sua fé, mas reconhece também que o Espírito Santo é o único poder que ratifica e implementa essa fé.


B.A IGREJA
1.O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO
a)Enviado por Cristo
O Espírito veio para permanecer sobre Cristo, não apenas para Suas próprias necessidades, mas também para que ele derramasse sobre todos os cristãos: .Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo” (Jo 1:33).
O derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecoste, confirmou a chegada de Cristo à destra do Pai, um sinal de que a obra redentora havia sido consumada. Então, após Sua Ascenção, o Senhor exerceu a grande prerrogativa messiânica que Lhe foi outorgada — enviar o Espírito a outros. Portanto, Ele concede a bênção que Ele mesmo recebeu e faz da Sua Igreja e Seus seguidores, coparticipantes com Ele mesmo — “De sorte que, exaltado pc/a destra de Deus, e tendo recebido do pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis.” (At 2:33).


b)O Cumprimento da Promessa
Este derramamento que aconteceu no dia de Pentecoste (At 2), é o cumprimento da promessa de Cristo em dar o Consolador (At 1:8). O Senhor havia dito que dentro de poucos dias eles iriam receber esta experiência, o batismo no Espírito Santo (At 1:5).


c)O Nascimento da Igreja
A vinda do Espírito Santo era a promessa que os seguidores esperavam no cenáculo. Esse evento poderoso, acompanhado de evidências visíveis — vento, línguas de fogo, dominaram estes discípulos e eles falaram em línguas por eles desconhecidas, mediante o poder sobrenatural (At 2:1-4). Os cento e vinte no cenáculo eram os primogênitos dos milhares e milhares da Igreja, que desde então têm sido estabelecidas durante os ú1timos vinte séculos. O derramamento Pentecostal foi o princípio de uma nova dispensação.
Deus enviou o Seu Filho e quando a missão do Filho foi cumprida, Ele enviou o Espírito do Seu Filho para continuar a obra sob novas condições. A época entre a Ascenção de Cristo e Sua segunda vinda, é essa dispensação do Espírito. O Espírito veio ao mundo em um tempo determinado para uma missão específica e partirá quando Sua missão tiver se cumprido. Ele não apenas veio ao mundo com um propósito determinado, mas também por um tempo determinado. O nome específico do Espírito durante essa dispensação será “O Espírito de Cristo”. O ministério continuará até que Jesus venha, depois do qual se realizará outro ministério dispensacional.


2.PROVISÃO DO PODER DIVINO PARA A IGREJA
No seu livro “The Holly Spirit”, L. T. Holdcroft diz: ‘... muitas das realizações e características da Igreja, no livro de Atos, são atribuídas ao Espirilo Santo. Ele tem sido chamado “0 Executor da Grande Comissão e o Administrador do empreendimento missionário”. Foi por Sua habilidade que as conversões aconteceram, que a unidade foi preservada na Igreja, que uma dinâmica liderança neo-administrativa foi provida e os milagres foram realizados”. Dessa forma se explica a divulgação tão rápida do Evangelho naquele tempo, dando início a um movimento que perdura até nossos dias. Essa foi a obra sobrenatural nos seguidores de Cristo.
Tudo o que a Igreja primitiva, necessitava nos primeiros séculos para divulgar o Evangelho no mundo, foi providenciado pelo poder do Espírito Santo. O Espírito Santo tem desempenhado Seu papel como “Produtor da História da Igreja”.


3.A MORADA PERMANENTE DO ESPÍRITO SANTO NA IGREJA
No dia de Pentecoste o Espírito Santo foi enviado para habitar na Igreja como Seu templo, sendo Sua presença localizada no Corpo coletivo e nos cristãos individualmente. O Espírito assim, assumiu Seu ofício para administrar os assuntos do reino de Cristo. O Espírito Santo é o representante de Cristo. A Ele está entregue toda a administração da Igreja até a volta de Jesus. A obra e o propósito final do Consolador, é a edificação e aperfeiçoamento do Corpo de Cristo. A confiança na direção do Espírito estava profundamente arraigada na igreja primitiva. Não havia nenhum aspecto na vida dos cristãos, em que não se reconhecesse Seu Dirigente ou que não se sentissem os efeitos da Sua direção. O Espírito Santo é o Diretor divino que guia a Igreja e o crente fielmente. É necessário Sua direção nos seguintes aspectos:


a)No Trabalho Geral da Igreja.
Capacitando a Igreja a testemunhar, ganhar almas para Cristo e cuidar do rebanho através da pregação (I Pe 1:12; 1 Ts 1:6; I Co 2:4-5); oração (Jo 16:23; Ef 6:18; Jd 20; Rm 8:26-27); canto (Ef 5:18-19) e testemunho (At 8:4-5, 35; 11:19-20).


b)Na Administração e Organização da Igreja Esta é a prerrogativa e o ministério do Espírito Santo através de homens escolhidos para cargos e ofícios nela (At 20:28; 6:3; 15:28).
1.A Liderança Administrativa. O Espírito Santo providenciou liderança administrativa e operou milagres por ação direta, através de anjos ou visões. Por exemplo, o Espírito Santo enviou Filipe a Gaza (At 8:26-29); deu direção a Ananias para orar por Saulo (At 9:10-15) e orientou os líderes da Igreja em Antioquia para escolher missionários (At 13:1-4).


2.A Chamada e a Ordenação de Obreiros. O Espírito Santo confirmou através da Igreja, a chamada de Barnabé e Saulo e ordenou-os para a obra missionária. Os líderes da Igreja preocuparam-se não com suas próprias convicções, mas com a escolha do Espírito Santo (At 13:2-4). Paulo também estava consciente de que todo o seu ministério era inspirado pelo Espírito Santo—Rm15:18,19.
3.A Solução de Problemas e Discórdias. O Espírito Santo deu aos apóstolos sabedoria divina e direção para resolverem o primeiro problema da Igreja, estabelecendo assim, a organização na Igreja (At 6:1-6). Deu também sabedoria aos líderes para solucionarem as diferenças entre judeus crentes e gentios novos convertidos, guiando na rejeição das limitações do nacionalismo judeu excessivo e tirando a barreira de preconceitos raciais e discriminação (At 15:28), evitando assim, a fragmentação da Igreja e cumprindo os propósitos de Deus.


c.Na Orientação da Obra Missionária Os grandes movimentos missionários da Igreja primitiva, foram ordenados e aprovados pelo Espírito Santo — At 8:29; 10:19, 44: 13:2,4. Ele, como Diretor divino de missões, impediu e não permitiu certas viagens, mudando os planos de Paulo e dando uma nova direção a ele e A obra missionária.


4.A ASCENSÃO DO ESPÍRITO E O ARREBATAMENTO DA IGREJA
A obra específica do Espírito Santo na dispensação atual, é preparar uma esposa (a igreja mundial) para Cristo (At 15:14; I Co 3:16; 1 Jo 4:2). Quando isto for realizado e houver “entrado a plenitude dos gentios” (Rm11:25), ocorrerá o arrebatamento da igreja, e o Espírito passará Sua administração para o Filho. Depois que a Igreja for levada, a missão dispensacional do Espírito Santo, como o “Espírito de Cristo” será concluída, no entanto, Ele permanecerá no mundo com um ministério diferente.


C.O ESPÍRITO SANTO NO FUTURO
Na dispensação atual, o Espírito Santo tem sido o poder divino executor na Igreja. Quando a Igreja lhe oferece Seu devido lugar, ela experimenta estrondosos avivamentos; quando a Igreja O ignora e negligencia, deixando-O à parte, sofre derrotas em sua missão, no que diz respeito à salvação de almas e ao crescimento espiritual dos seus membros. Com a ascensão da Igreja atual, terá início um novo período que dará ocasião a operação do Espírito de uma forma diferente. Este período terá pelo menos três pontos culminantes e distintos, como seguem:


I.A TRIBULAÇÃO
O presente ministério do Espírito Santo em permanecer sobre a terra e restringir as investidas de Satanás, será interrompido no período da Tribulação — “Porque já o ministério da injustiça opera... há um que agora resiste até que do meio seja tirado” (II Ts 2:7). Quando a Igreja for transladada o Espírito interromperá Seu ministério, ou seja, o de estar permanentemente sobre a terra, como Ele faz agora, na época da Igreja.
Os convertidos da Tribulação não terão o privilégio de ter o Espírito Santo habitando neles, para torná-los novas criaturas em Cristo Jesus, como acontece com os cristãos atuais. Os que se arrependerem e vierem a Deus durante a Tribulação desfrutarão de uma posição semelhante a dos crentes do A.T. “Creu Abraão em Deus, e isto lhe foi imputado como justiça” (Rm 4:3). Como Abraão, os santos da Tribulação, conhecerão a justificação de Deus, mas não a regeneração feita pelo Espírito, nem Sua presença interna.
Entretanto, o Espírito Santo certamente continuará Seu ministério no campo da humanidade, durante o período da Tribulação. Sob o símbolo dos “sete espíritos”, os quais aparentemente denotam plenitude. O Espírito é simbolizado durante o período da Tribulação como sendo “enviados a toda a terra” (Ap 5:6). Aparentemente, o Espírito terá parte no desenvolvimento do julgamento das forças do Anticristo. Como um outro ministério, o Espírito ungirá, capacitará e sustentará os judeus e os gentios restantes, e deste modo, lançará o fundamento para a conversão da nação judaica e a perseverança dos crentes, até o ponto de martírio. Seria evidente afirmar que estes que selam seu testemunho com seu próprio sangue serão vitalmente dependentes do Espírito Santo, no que se refere às suas conquistas, espiritualmente. Mesmo que o Espírito não opere a regeneração, ele providenciará o ímpeto espiritual necessário para levá-los a crer em Deus, para que isso possa ser contado para eles por justiça. João enumerou os santos da Tribulação em duas classes: “... vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da Palavra de Deus e por amor do testemunho que deram... E foram dados a cada um compridas roupas brancas” (Ap 6:9-11).~‘Depois destas coisas olhei; e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro. trajando vestidos brancos e com palmas nas mãos” (Ap 7:9).


2.A REVELAÇÃO DE CRISTO
Na revelação de Jesus Cristo, O divino Filho de Davi, há muito rejeitado pelo Seu povo, irá assumir Sua posição como Rei dos Reis. O Espírito Santo apropriadamente O ungirá e O capacitará para Seu novo ministério. “Porque brotará um rebento do trono de Jessé, ...e repousará sobre Ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor” (Is 11:1-2). Assim pode ser dito, que o hábil governo do Cristo divino será exercido no e pelo poder do Espírito Santo.
O fato de que Cristo revelar-se-á, e retornará como grande Conquistador para derrotar o Anticristo e seus exércitos, é uma conseqüência do trabalho do Espírito. Os judeus retornarão para Ele e O receberão como sendo deles mesmos, por causa da efusão do Espírito sobre eles — “Porque derramarei água sobre o sedento e rios sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a una posteridade, e a minha bênção sobre os teus descendentes” (Is 44:3). “E porei em vós o meu Espírito e vivereis, e vos porei na vossa terra...” (Ez37:14,). “E sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém; derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olhando para mim a quem traspassaram, e o prantearão... “(Zc 12:10).
A efusão do Espírito no desfecho da Tribulação, aponta para a revelação de Cristo, porque a exposição do Espírito opera nos corações dos judeus que se arrependem e aceitam seu Messias, que eles previamente haviam rejeitado.


3.O MILÊNIO
O Milênio, ou seja, o reino de mil anos que Cristo reinará sobre a terra, será o tempo em que o Espírito exercerá a plenitude do seu ministério. Haverá um derramamento tal qual nunca houve no mundo (Is32:15). As conseqüências deste derramamento são descritas como sendo justiça, paz, repouso e segurança” (Is 32:16-17), de forma predominante O Espírito Santo será sentido de uma forma comum a todos no milênio, em contraste com a infrequência disto em outras épocas, e isto será manifestado na adoração e louvor ao Senhor, na pronta obediência a Ele, assim como o poder e transformação interior. No milênio, quando haverá um novo governo e um reino de justiça, o ministério do Espírito de Deus trará renovação completa (Is.44:3).


CAPITULO III
O ESPÍRITO SANTO NA EXPERIÊNCIA HUMANA 1.O ESPÍRITO SANTO E O PECADOR
a.CONVENCE DO PECADO
Por si mesmo, o homem jamais daria o primeiro passo em direção a Deus. Portanto operação número um do Espírito Santo é fazer com que o homem pecador sinta necessidade do Salvador (Jo 16:8-11). O Pai atrai os homens para Si mesmo através do ministério do Espírito Santo. Jesus disse: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer” (Jo6:44).


A metodologia do Espírito Santo é fazer com que a pessoa:
1.Sinta Seu Pecado
O Espírito Santo faz com que o pecador sinta seu pecado movendo o seu coração de maneira que entenda que é um pecador; principalmente pelo fato dele não crer que Jesus é a sublime expressão do amor de Deus. Os homens, muitas vezes, reconhecem que:
a)nasceram no pecado;
c) sua maneira de viver é vã, e que
d)serão condenados eternamente.
Entretanto, ainda não são convencidos. Mas quando compreendem o amor de Cristo e o quanto ele sofreu por eles, ai então, caem aos pés de Cristo, arrependendo-se dos seus pecados. Isto acontece porque o pecado da incredulidade que comportava e produzia novos pecados, desaparece. Certo erudito disse: “onde esse pecado permanece. todos os demais pecados surgem e quando esse desaparece, todos os demais desaparecem”. A resistência termina quando compreendem que o pecado é resistir ao supremo amor. 0 Espírito Santo não age com veementes acusa~~es contra o pecador como o faz o promotor de justiça contra o réu. A convicção do Espírito Santo não é efetuada com dureza, mas sim com ternura. A voz do Espírito é meiga, apelando ao coração para que aceite Aquele que derramou Seu sangue no Calvário.


2.Convença-se da Justiça de Cristo -. Jo 16:8-10
Essa justiça é comprovada pela ressurreição do Senhor, testificando a pureza de Cristo, ou seja, que nEle não havia pecado; Ele não era pecador, mas sim justo (Rm 1:4). Sua morte no Calvário bradou Sua vitória sobre o pecado, libertando o pecador de sua escravatura. O Espírito Santo usou Pedro para convencer aqueles que O haviam crucificado, de que Jesus não era pecador, mas que eles tinham crucificado o Senhor da justiça. (At. 2.36-37).
Opecador sente através da operação do Espírito Santo que as suas iniqüidades não condizem com o sacrifício propiciador de Cristo, assim, a justiça de Cristo reprova os atos do pecador, mas indica-lhes também a salvação, abolindo desta forma qualquer desculpa que tente justificar o pecador (At 2:38).


3 Convença-se do Juízo —Jo 16:8,11
Opecador é convencido pelo Espírito Santo de que, se ele continuar na prática do pecado, não irá escapar do reto juízo de Deus (Rm 2:3); de que já o príncipe deste mundo, Satanás, está julgado (Jo 16:11). Ele tem governado como um tirano a vida dos seus servidores, mas a graça de Deus consumou no Calvário a vitória que Jesus obteve sobre o diabo, libertando assim o pecador da sua escravidão. O poder que Satanás tinha sobre os homens foi destruído pela verdade da cruz e assim, a sua ruína foi decretada (Hb2:14-15; Cl 2:15; 1 Jo 3:8; Rm 16:20). Cristo venceu o diabo libertando os homens, e cabe a este aceitar sua libertação. O Espírito convence os homens que eles podem ser livres (Ez28:14; Jo 8:36; 1 Jo 3:8; Cl 2:13; Jo 12:23,31-33); e de que devem crer na declaração de Jesus de que passaram da morte para a vida (Jo 5:24).


D.REGENERA
Depois que o pecador é convencido pelo Espírito Santo do pecado, da justiça do juízo, este precisa ser regenerado e vivificado, pois só assim poderá se tomar filho de Deus. Por ter nascido no pecado e possuir uma natureza pecaminosa, é inútil tentar por si mesmo, melhorar essa natureza decaída herdada do velho Adão. A única alternativa é receber de Jesus Cristo, o segundo Adão, uma nova natureza (I Co15:45).
a.A natureza da regeneração. O Espírito Santo proporciona o início de toda a vida espiritual — “... quem não nascer da carne e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3:5). A sua própria maneira, O Espírito Santo opera naqueles que estão espiritualmente mortos, vivificando-os. Desta forma, o convertido é filiado ao Espírito Santo — ‘Mas, se alguém não tem 0 Espírito de Cristo, esse tal, não é dele” (Rm 8:9). Um dos chefes judeus chamado Nicodemos recebeu de Jesus a explicação do significado do que venha a ser “nascer de novo”. Este nascimento não acontece através da vontade da carne, mas ocorre pelo Espírito e pela água —aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (Jo 3:3).
b.A necessidade de regeneração. Nicodemos era um homem bom, de moral elevada, religioso e muito bem educado; mas mesmo assim Jesus insistiu que ele precisava nascer de novo. A natureza humana é tão depravada, por causa do seu estado de morte espiritual, que é necessário que o homem receba vida, unicamente através de uma mudança radical — O novo nascimento. (Ef 2:1; Lc18:18-29).
c.A efetuação e o processo de regeneração. Este processo é uma completa recriação de uma mera fagulha em chamas da centelha divina; isto não significa desenvolver uma natureza superior, mas criar uma nova natureza.
A expressão “nascer da carne e do espírito”, simplesmente significa que o homem. emconseqüência de sua imundícia, precisa nascer da água, ou seja, precisa ser purificado. Essa água representa a poderosa e infalível Palavra de Deus (Ef 5:26; I Pe 1:23). Esta verdade pode ser encontrada também em Ezequiel, quando o Senhor disse: “... aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados... porei dentro em vós o meu Espírito e vos farei andar nos meus estatutos... (Ez36:25-27; Tt 3:4-5; Ef 2: 1)A expressão “nascer do Espírito” pareceu estranha a Nicodemos.Jesus explicou-lhe que a ação do Espírito sobre o homem é semelhante ao vento, cuja origem e destino, não se conhecem. Da maneira como Deus soprou nas narinas de Adão dando-lhe vida, assim o Espírito de Deus vivifica o espírito do homem, que se encontra morto em seus delitos e pecados, tornando-o apto a viver para Deus em santidade.
No atual processo de regeneração, essa operação é exclusivamente do Espírito Santo, e é uma obra divina e não humana


2.O ESPÍRITO SANTO E O CRENTE
A HABITA NELE
A habitação do Espírito Santo é tão básica na experiência cristã, que o crente é descrito como sendo o templo do Espírito — “ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós... “(I Co 6:19,). “Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós”? (I Co3:16). A habitação do Espírito no crente, confirma a filiação do crente -“E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de Seu Filho...” (Gl 4: 6). Jesus assegurou aos seus discípulos que o seu relacionamento para com o Espírito mudaria após o Calvário — “O Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós” (Jo14:17). Ele ressaltou que isto seria um relacionamento permanente — “... para que fique convosco para sempre...”(Jo 14:16). O Espírito Santo habita no verdadeiro cristão, pois é através do Espírito que Cristo habita em seu coração pela fé.Esta união com Deus é a chamada habitação interior, e na realidade é produzida pela presença da Trindade completa nele. Habitando em nossos corações, a missão principal do Espírito Santo é glorificar a Cristo — “Ele me glorificará porque há de receber o que é meu, e vo-lo há de anunciar” (Jo16:14). O Espírito Santo não fala de Si, mas de Cristo a quem glorifica. Verdadeiramente, Ele está sempre presente em toda parte, mas a habitação interior significa que Deus está presente de uma maneira nova, mantendo uma relação pessoal com o indivíduo. A habitação do Espírito começa no momento da conversão — “... e nisto conhecemos que Ele (Jesus) está em nós, pelo Espírito que nos tem dado” (I Jo3:24). A habitação do Espírito Santo precede todo e qualquer relacionamento que o cristão tiver com Ele. (Rm 8:9; II Tm1:14; Jo 2:27; Cl 1:27; Ap 3:20). Quando o Espírito habita no crente, este recebe um cuidado todo especial. porque o Espírito assume certas atitudes para com ele , tais como:


1.Certificando a Filiação Divina
Paulo declara que: “O mesmo espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8:16). Esta afirmação está de acordo com o que João disse: “... e o Espírito é o que testifica. porque o Espírito é a verdade” (I Jo 5:6). Desta forma o Espírito providencia uma percepção espiritual que expande o senso natural. Muitos novos convertidos guardam muitas incertezas, ou mesmo, dúvidas declaradas, no que se refere à recém encontrada fé. Às vezes os efeitos do pecado são tão profundos que a pessoa deixa de desfrutar da presença de Deus. Uma face da obra do Espírito Santo é fazer-nos entender que somos verdadeiramente “filhos de Deus e “co-herdeiros com Cristo”. Essa obra em nós dá uma confiança que facilita a nossa entrada com “ousadia no trono da graça”. Resumindo podemos concluir que: a.Através do novo nascimento recebemos a natureza de “filhos de Deus”;
b.Através da adoção, o Espírito testifica com o nosso espírito, que realmente possuímos os direitos de “filhos de Deus”. Esta 6 uma parte essencial e aceitável do ministério do Espírito Santo, ou seja, o de assegurar ao cristão sua estabilidade e segurança em Deus.


2.Comungando
Desde que o Espírito Santo é uma pessoa divina, Ele tem trabalhado para estender uma comunhão pessoal e um senso de relacionamento para com os crentes. A palavra grega “koinonia” pode ser traduzida como “comunhão” — “Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão (koinonia) no Espírito...” (Fp 2:1). “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus e a comunhão (koinonia.) do Espírito Santo seja com todos v6s” (II Co13:13). O Espírito Santo e o crente regenerado, compartilham muitas coisas em comum. Ele oferece amizade e comunhão ao povo de Deus. Ele compartilha com o crente o mesmo amor que Ele tem para com o Pai e o Filho, Ele guia cada um, sobre os quais Ele habita, num relacionamento crescente com Deus através da Sua divina Pessoa. Jesus Cristo, além de nos conceder a bênção do Espírito Santo, também nos concede a “comunhão” do Seu Santo Espírito. Esta bênção não apenas nos leva a ter uma comunhão privilegiada com Jesus como também, comunhão com os outros cristãos da Igreja.


3.Assistindo no Louvor e na Oração
Paulo escreveu: “Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito...” (Fp 3:3). O cristão do N.T. tem o privilégio de participar do ministério do Espírito Santo, que lhe concede direção e provisão eficiente no louvor. Jesus prometeu, no que diz respeito ao Espírito: “Ele me glorificará...” (Jo 16:14). O Espírito Santo opera conduzindo o crente que louva A presença do Rei. As instruções específicas no que é concernente A adoração dos crentes, são dadas por Paulo — “... mas enchei-vos do Espírito;falando entre vós com salmos e hinos e cânticos espirituais. salmodiando ao Senhor no vosso coração... “(Ef 5:18-19).
O ministério do Espírito, particularmente, assiste o crente na oração — “Orando em todo tempo, com toda a oração e súplica no Espírito” (Ef 6:18). O Espírito Santo é quem nos ajuda em nossa vida de oração, conforme nos mostra em Rm8:26-27. Ele intercede por nós, porque nós não sabemos orar como devemos, e quando não sabemos pedir o que devemos pedir, precisamos de alguém para nos orientar, e esse alguém é o Espírito Santo.
Devemos achar conforto num aspecto da intercessão do Espírito. Em Rm8:27está escrito: “...É Ele que segundo Deus intercede pelos santos”. A nossa confiança para com Deus deve ser muito grande , quando sabemos que oramos “segundo Deus”. O Espírito produz exatamente essa confiança. Muitos crentes fazem pouco caso dEle, e assim, deixam de usufruir as vantagens que Ele dispensa. Se todos fossem cheios do Espírito Santo e humildemente confiantes na Sua Pessoa, não haveria crentes fracos e frustrados.


4 Instruindo e Lembrando
Jesus disse: “... o Espírito Santo... esse vos ensinará tantas coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 14:26). A instrução do Espírito envolve claramente, entre outras coisas. providenciar soluções reais para problemas práticos. o Espírito da verdade... Ele vos guiará a toda verdade...”(Jo 16:13). Desde que ele deixa mestres na igreja, Ele ensina através de ambos; da impressão direta, ou seja, da iluminação das Escrituras, e através dos recursos humanos. Um dos resultados do ministério do Espírito ao instruir e recordar a mensagem de Jesus foi a produção do Novo Testamento através dos apóstolos. O ensino do Espírito Santo não se relaciona tanto, como a revelação de verdades novas e desconhecidas, mas sim, com a iluminação das verdades já conhecidas e reveladas. Como já dissemos, de uma forma muito especial, Ele abre nossas mentes e corações para compreenderem a Palavra de Deus. Se o Espírito é o Autor deste livro, conseqüentemente, é o seu melhor intérprete. O mesmo Espírito que inspirou homens a escrever a Bíblia, poderá atualmente ungir os crentes para compreenderem as verdades que a Bíblia reúne.
No ensino e recordação, o Espírito não é limitado ao intelecto humano ou à operação lógica convencional da mente no raciocínio e no recordar. Ele simplesmente comunica a medida do entendimento divino, e isto é diferente do que é convencionalmente humano.
“... e não tendes necessidade de que alguém Vos ensine, mas com a sua unção vos ensina todas as coisas..”(1 Jo 2:27). Deste modo podemos ver como o Espírito é um grande instrutor, pois que, mesmo que Seus ensinos sejam muito profundos, Ele nos proporciona meios para entender a verdade, que de outro modo, a mente humana limitada, seria incapaz de compreender. Em I Co 2:9-10 lemos: “As coisas que o olho não viu e o ouvido não ouviu e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para as que O amam. Mas Deus no-las revelou pe/o Seu Espírito, porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus”.


3.Guiando
O Espírito opera, dirigindo o crente na tomada de decisões e solucionando problemas, particularmente aqueles relacionados ao serviço do Senhor. Ele cumpre a promessa de Deus —“Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos” (Sl.32.8). Ele oferece liberdade das distrações, inclusive da própria carne (Rm8:14; Jo 16:13). Para ser guiado pelo Espírito, deve-se colocar de lado a auto-suficiência e a sabedoria natural, mesmo que a direção do Espírito não seja contrária a eles (GI 5:25). Ser sensível à direção do Espírito é uma marca de maturidade crista. O ministério do Espírito ao guiar, tem sido descrito quando opera no crente por uma “intuição do nosso julgamento cristão”. Flaterry destacou que aquele que toma uma atitude orando, sendo submisso e humilde, desejando a intervenção da vontade de Deus, este pode confiar na Sua direção.
Ocasionalmente, a direção do Espírito é negativa e preventiva (At 16:6-7) Edmund Tedeschi comenta sobre este incidente dizendo: “O Espírito guia, e o resultado é que Cristo é exposto a um indivíduo, a uma família, ou a uma região qualquer do mundo. E o impedimento do Espírito, de fato oculta o Evangelho, talvez para proteger Seus mensageiros, talvez no julgamento da região, talvez para que a mensagem seja mais rápida para os povos mais bem preparados, ou talvez porque Ele está guiando um outro apóstolo (enviado) para aquele lugar. O Espírito guia iluminando as Escrituras, desvendando mistérios (Jo 14:26; 1 Co 2:12). O Espírito guia em casos pessoais de uma forma individual (Lc 2:27; 4:1; At 8:39), e também nos tempos de perseguição (Mt 10:19-20).
A direção do Espírito não deve ser confundida com os desejos e opiniões humanas. Paulo foi a Jerusalém e foi preso pela vontade de Deus, a despeito dos conselhos dos discípulos. Algumas direções não são conduzidas pelo Espírito, mas são produtos do raciocínio e opinião humana. Uma das gloriosas experiências da vida crista é sentirmos a direção direta do Espírito.


6.Confortando
Jesus fez referência a um aspecto do ministério do Espírito Santo, quando o chamou de “Consolador”, que pode ser traduzido também por “Advogado”. Entre os antigos romanos, Os advogados eram pessoas de uma certa posição social, conhecidos por sua integridade de caráter, sabedoria e conhecimento, que prestavam, principalmente por motivos de amor e afeição, conselhos e ânimo ao réu. Estes o acompanhavam perante os tribunais, e quando fosse necessário, falavam em favor daquele que agora era seu amigo. Da mesma forma o Espírito Santo ajuda o cristão como “Advogado”, encorajando-o, exortando-o, aconselhando-o e ensinando-lhe exatamente aquilo que deve falar e fazer. O termo grego “parácleto” empregado significa: “alguém chamado para estar ao lado de”. Deste modo, o Espírito Santo é enviado para estar ao nosso lado, sustentando-nos e ajudando-nos a não cair quando estivermos em tentação, garantindo a vitória sobre o mundo, a carne e o diabo, pela Sua companhia.
A nossa atitude deve ser de total confiança no Seu poder, entregando a ele nossos problemas e procurando dar ouvidos aos Seus conselhos, porque o Espírito será para conosco o mesmo que Jesus foi para Seus discípulos. O Seu conforto nos ajuda em nossas fraquezas e tribulações, sendo necessário apenas que o cristão dê a Ele a oportunidade de operar.


B. SANTIFICA
Quando a regeneração do homem acontece, o Espírito Santo efetua uma mudança radical na alma, concedendo assim um novo princípio de vida, isto não significa que os filhos de Deus se tornem perfeitos imediatamente. A debilidade adquirida de Adão permanece, e falta ainda vencer o mundo, a carne e o diabo. O Espírito não opera aleatoriamente, mas de uma maneira vital e progressiva, renovando a alma a cada dia. A fé deve ser fortalecida através de muitas provas e o amor deve ser amadurecido para sobreviver às dificuldades e tentações. O Espírito Santo representa para o crente, a vida íntima de Cristo com toda a riqueza da Sua santidade divino humana. O Seu desejo é que a alma seja esvaziada de auto justificativa e que a velha natureza seja rejeitada — “... pois já despistes do velho homem com os seus feitos” (Cl 3:9).
As seduções do pecado precisam ser vencidas e as tendências e maus hábitos devem ser corrigidos. O ministério do Espírito Santo não anula a responsabilidade do crente, mas lhe dá a oportunidade de crescer moral e espiritualmente.
Muitos têm considerado o assunto apenas do lado negativo, ou seja, de afastar-se do mal (Is 6:5). O lado positivo de consagrar-se para o bem, é de igual ou maior importância. Somente afastar-se do mal cria um vácuo, portanto, devemos nos consagrar a Deus. Mesmo participantes da natureza divina, verdade é que, ao mesmo tempo, a velha natureza está presente e quer dominar a vida do cristão. A velha natureza é para ser crucificada com Cristo (Rm.6:6). Ele desenvolve a nova natureza assim que a vida da nova criatura em Cristo desabrocha (11 Co5:17). O Espírito Santo trabalha ao nosso lado outorgando-nos o poder para sermos vencedores. A do Espírito de Vida, em Cristo Jesus é mais poderosa do que a lei do pecado e da morte (Rm 8:2). Embora a carne procure levantar a cabeça e vencer a obra de Deus em nós, o Espírito também opera proporcionando poder para sermos vencedores sobre a carne. A carne produz obras da carne, e o espírito o fruto do Espírito, o seja. o caráter de Cristo. Dessa forma ele exerce um poder criativo que é descrito nas Escrituras, na figura do fruto do Espírito. O fruto do Espírito é a colheita resultante de uma vida que é vivida permanentemente em submissão ao Espírito. Assim, com esta atitude o Espírito produz o fruto, que se compõe das seguintes partes, que são adaptadas e explicadas no livro “The Holly Spirit”“ por L. T. Holdcroft.


1.CARIDADE — ou amor.
A palavra ágape possui conotação divina, e de fato esta palavra é usada unicamente no cristianismo. Desde que Deus é amor (I Jo 4:7-8; Jo3:16; 15:13), este fruto engloba a máxima da essência e da natureza de Deus. Este amor divino é suficiente para influenciar todos Os pontos de vista e conduta do cristão (Ef 5: 1..2). Amar é a motivação que encontra seu prazer principal na satisfação de outrem (Mt. 22:37,39; J0 13:35; I Co 12:3 1; 13). Quando a amor, a fruto do Espírito, funciona corretamente, ele habilita o crente a dominar as exigentes circunstâncias da vida. O amor divinamente implantado permanece firme mesmo em face de castigo e disciplina, e ele não se estende unicamente aos amigos, mas também aos inimigos (Mt 5:44; 18:21-22). Este amor motiva o crente, como testemunha cristã, a levar o Deus que ama a todos os homens, e levar todos os homens ao Deus de amor. No discurso de Paulo sobre o amor em I Co 13, ele enumera um total de quinze atributos do amor, sete positivos e oito negativos. Nesta passagem, muitos outros frutos do Espírito (longanimidade, bondade, fé, mansidão), são descritos como expressões de amor. Isto portanto, enfatiza que o amor é a base das outras graças espirituais, e que é essencial na vida de todo ser humano. 2.GOZO
A dádiva espiritual do gozo é um regozijo interno ou senso de prazer. As Escrituras dão bastante ênfase ao gozo. A palavra grega para gozo é “chara”. O gozo do Espírito pode existir simultaneamente com a tristeza, em face das tragédias e adversidades. Pode crescer até mesmo quando o crente sofre perseguições, aprisionamento e a hostilidade de homens perversos. Quando este fruto espiritual opera no crente torna-se um principio possível, relacionado à esperança, confiança e otimismo. Isto não é um sentimento, mas uma atitude ou perspectiva; é um modo de ver e entender. Esta dádiva espiritual do gozo é suficiente para neutralizar as reações naturais humanas como o desencorajamento, depressão, tristeza mórbida e auto-piedade. O ponto de vista da alegria é uma nota tônica no N.T. (At 13:52; 15:3; Rm 15:13; I Jo 1:4; At 20:24; Jd 24). A proeza do crente no gozo espiritual, une-se ao seu crescimento a semelhança de Cristo (Lc 10:21; Jo 15:11; Sl 40:8; Hb 12:2). Quando a Espírito Santo habita na pessoa, Ele proporciona gozo(Its l:6; Rm l4:17; I Pe l:8; 1s 35:10).

.PAZ — do grego “eirêne”.
A dádiva espiritual paz denota um senso de calma, harmonia, uma completa falta de hostilidade ou uma beneficente serenidade. Esta paz começa com um aspecto da salvação, e a consciência de um relacionamento correto com Deus (Rm 5:1; Ef5:15; Rm 15:33; Fp 4:7). A manifestação da paz como um fruto do Espírito está arraigada nos atos do Espírito e não nos eventos da vida do crente. Paz espiritual pode existir no meio das dificuldades, conflitos e circunstancias hostis. O caminho de Deus primeiramente envolve uma mudança na mente e no coração do crente (Is 26:3; Rm14:17, 8:6).
Existe um relacionamento íntimo entre a paz apropriada como fruto do Espírito e conhecer verdadeiramente a Jesus Cristo (Ef 2:l4; Jo 14:27; 16:33; Ap 1:4; II Jo 3; IPe 1:2). O fruto da paz interior deve caracterizar a vida de cada cristão vitorioso.


4.LONGANIMIDADE.
A palavra grega para longanimidade é “makrothumia”, que significa o oposto de um temperamento rapidamente explosivo. O crente manifesta longanimidade quando ele mantém o autocontrole diante de uma insistente provocação. O crente prontamente suprime seus próprios desejos em favor dos desejos dos outros. A palavra “paciência” é um sinônimo oportuno para este fruto do Espírito. Na verdade, no sentido em que é empregada no NT., não possui um equivalente exato em nossa língua. Ela não significa absolutamente ter uma atitude sempre plácida e fleumática, coma muitas pessoas pensam.
A paciência é a capacidade que tem o amor altruísta de sobreviver por muito tempo num clima adverso. E a capacidade de ficar firme, sem esmorecer, diante de pessoas difíceis e circunstâncias adversas. E uma disposição para compreender as pessoas mais estranhas e os eventos mais problemáticos que o Pai permite em nossa vida. E mais que isso, a paciência capacita o homem a permanecer firme quando lhe sobrevém a dificuldade, não apenas de pé, mas seguindo adiante.
As Escrituras repetidamente exortam à paciência e à longanimidade (Ef 4:2; I Ts5:15; II Tm 4:2; Cl 1:11). Downer disse a respeito da longanimidade: “Ela evita contendas, sana injúrias, promove perdão e bem querer. Ela dá a resposta branda que lança fora a fúria”. A verdadeira longanimidade espiritual incorpora uma força e um senso de vitória positiva. Quando este fruto é manifesto, o crente vai resistindo no equilíbrio e serenidade, a despeito da tensão, miséria e provação. Ele mantém uma despreocupada perseverança em fazer o bem; ele aceita as ações dos outros com tolerância e abstém-se totalmente de tomar vingança (Tg5:11). A manifestação do fruto longanimidade, não apenas demonstra como suportar o sofrimento, mas se for necessário para glória de Deus, suportar aquele sofrimento com alegria. Este fruto capacita o crente a reagir de maneira cristã diante de um tratamento injusto por parte de outros. Quando o Espírito comunica longanimidade como fruto espiritual, Ele comunica um dos atributos básicos de Deus (Ex 34:6; II Pe 3:9). Considerando que a típica resposta humana à provocação é uma reação hostil, este fruto assegura que o crente é submisso e capaz de participar da paciência divina. Deus compartilha Seus atributos porque Ele quer que o crente participe de Seu trabalho.


5.BENIGNIDADE
A palavra benignidade no grego é “chrestotes”, e é equivalente a amabilidade ou benevolência, e neste caso do fruto espiritual significa bondade, generosidade ou honestidade. Também exprime a idéia de bondade moral e integridade que se expressa em ser gracioso e disposto a servir (Rm3:12; I Pe 2:3; Cl 3:120. Como um caráter característico, benignidade denota um espírito e vontade que são exercidos para assumir a máxima consideração com os outros. O crente que manifesta este fruto espiritual é verdadeiramente um cavalheiro ou uma dama. Ele é naturalmente bom, honesto, de temperamento doce, ajudador e temo de sentimentos. Ele sempre procura ver os outros na melhor das intenções. Ao manifestar benignidade, o crente trata seus amigos da mesma maneira que Deus o tem tratado (Ef 4:32).
O verdadeiro cristão gentil, intencionalmente ou não, jamais ferirá os outros (S1 18:35; I Ts 2:7; II Tm 2:24; Cl 3:12). O meio do cristão se tornar benigno, é a apropriação específica desta qualidade divina através da submissão ao ministério do gentil Espírito Santo.


6.BONDADE.
A palavra grega para bondade é “agathosune”, e como fruto do Espírito inclui o caráter de quem é virtuoso e de quem é bondoso. É uma maneira especial de viver para os outros sem esperar recompensas. E constituído de um benefício prático e de um zelo pelo que é bom. E um esforço deliberado em colocar o mundo certo. A bondade é o amor em ação. Um sinônimo primário para bondade é “generosidade”. Aquele que manifesta bondade, é generoso por si mesmo em relação aos outros, e é generosamente submisso em sua vontade a Deus. Ele dedica-se em servir aos seus amigos em obediência aos padrões morais de Deus.
A mais significativa função da bondade é no campo espiritual. As Escrituras descrevem Barnabé como “um homem de bem, e cheio do Espírito Santo e de fé” (At 11:24). A bondade de Barnabé qualificou-o como ministro no avivamento de Antioquia (At 11:26), e para ser escolhido como companheiro de Paulo na primeira viagem missionária (At 13:1-3).
Jesus ensinou que a bondade é de origem divina — “... não há bom senão um só, que é Deus...” (Mt 19:17). A bondade é o invencível poder de Deus derrotando o mal. A bondade do Senhor é a grandeza do Seu amor, que dissipa nosso desespero, e, de nossa morte. ergue Sua própria vida.


7.FÉ
O original grego usa a mesma palavra para o fruto da fé e para o dom da fé. É permitido neste contexto considerar que, a fé é uma questão de fruto expresso no caráter. Implícitas estão qualidades como: o cumprimento do dever, fidelidade, fidedignidade, confiança, lealdade, constância, firmeza, diligência, pontualidade, veracidade. Aquele em quem o fruto da fé é ativo, goza implicitamente obediência e eventual confiança em Deus. Uma das ênfases das Escrituras é que estes que são classificados como servos de Deus, são guardados para manifestar o fruto da fé, tanto quanto constituir a fidelidade no serviço (Mt 24:45-46; 25:21; I Co 4:2). A constância de Paulo no seu ministério ilustra de maneira impressionante, o fruto da fé no caráter humano (At 20:24; Ap 2: 10, Cl 2:7). O fruto da fé guia o crente além de um mero emocionalismo sentimental, numa decisão firme de descansar nas mãos do Senhor.


8.MANSIDÃO.
Mansidão é a graça interior que se estende em direção a Deus e aos seres humanos. O termo original “prautes”, interpretado como mansidão é equivalente a brandura ou bondade. A palavra de origem significa: acalmar, suavizar, amansar ou tranqüilizar. No padrão bíblico, mansidão pertence aquele que serve; era chamado “a roupa de um servo”. O homem manso era voluntário a servir, não porque possuísse poder, mas porque ele estava pronto para tornar-se um instrumento de Deus em grandes realizações. Mansidão simplesmente significa uma entrega à vontade de Deus. Deus deleita-se quando o crente permite que o Espírito Santo expresse o fruto da mansidão em sua vida. Deveras, pois Deus favorece as pessoas mansas (Sl 25:9; Mt 5:5; Rm 12:3; II Co 10:1; I Pe 3:4). Tiago deixou um princípio do procedimento de Deus para com a humanidade —“Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará” (Tg4:10).
Mansidão pertence ao caráter do servo de Deus. Jesus Cristo, que com poder conquistou a morte, o inferno e a sepultura, certamente disse a respeito de si mesmo: “Eu sou manso e humilde de coração” (Mt. 11:29).


9.TEMPERANCA.
A capacidade para um autogoverno pessoal em assegurar total controle dos apetites e instintos, é o resultado do fruto espiritual temperança, ou domínio próprio. A palavra original grega “egkrateia” denota: “aprisionando com uma mão firme”. O crente em quem o Espírito alcança temperar, controlar e restringir todos os seus impulsos e motivações, serão guardados em equilíbrio e nenhum destes impulsos alcança um domínio destrutivo. Todo o nosso espírito, intuição consciência e comunhão com Cristo podem ser colocados sob o controle do Espírito de Deus. Toda a nossa personalidade — mente, emoções e vontade — pode ficar sob o domínio de Cristo. Todo o nosso corpo, com seus apetites, impulsos, desejos e instintos, pode ser governado por Deus. É bom salientar que o que chamamos de “domínio próprio” não é o mesmo conceito do que o mundo chama de estoicismo. A idéia aqui não é a amarga e rígida tese de cerrar os dentes, e suportar a vida com frio cinismo, nem é aquela concepção de “agüentar firme”. O autocontrole proposto ao filho de Deus não implica em uma disciplina severa para que ele possa controlar sua conduta. Não é isso. O domínio próprio do cristão significa que todo a seu ser, espírito, alma e “corpo, estão sob o controle de Cristo. Significa que ele é uma pessoa totalmente governada por Deus. Cada aspecto de sua vida — espiritual, moral ou físico, encontra-se sujeito à soberania do Espírito Santo. Significa que ele é “um homem sob autoridade”. O controle de seus interesses, atitudes, ações, constitui um direito que ele cedeu e entregou ao Espírito Santo.
Temperança é uma qualidade essencial para o serviço cristão, e para cada crente amadurecido (Tt 1:8; 2:3; IIPe 1:8; 2:11; Pv16:32; 25:28). Hoje, a santificação relaciona-se, principalmente, com a separação de pessoas para viverem e servirem a Deus. 0 segredo da santificação é antes de tudo, permitir que o Espírito vença em nós as tentações da velha natureza e assuma o controle de todo a nosso ser; moldando em nós o caráter de Cristo, que é perfeito e plenamente santo.


C.BATIZA
Podemos notar em todo o N.T. que o Espírito Santo procede do Pai (Jo 15:26), e do Filho (Jo 16:27). Dessa forma, o Espírito Santo é o elemento no qual o crente é imerso na forma de batismo. Jesus é quem batiza ou imerge o crente no Espírito Santo (Mt 3:11).
O recebimento do Espírito Santo é ilustrado como batismo, uma imersão profunda no Divino Espírito, o que revela a maneira gloriosa como o Espírito envolve e enche a alma do crente. Todo o nosso ser fica saturado e dominado com a presença restauradora de Deus, pelo Seu Espírito Santo.


D.CURA
Ao cair em pecado, o homem ficou sujeito à deterioração do seu corpo que termina em morte. Só na ressurreição, por ocasião da vinda de Jesus, é que a redenção do corpo terá lugar, pois este flagelo será anulado. Enquanto aguardamos o dia da redenção, devemos usufruir das primícias que esta vitória concede através do ministério do Espírito Santo (Rm8:11).


F.ARREBATA E GLORIFICA
Quando tiver chegado o momento do desfecho da presente dispensação, que terá o seu início com a vinda de Cristo, acontecerá um grande movimento do Espírito sobre a face da terra. O mesmo poder que ressuscitou Cristo dentre os mortos, fará ressuscitar todos os mortos em Cristo, que jazem em seus túmulos e transformará os vivos (crentes) num abrir e fechar de olhos. Serão como o Senhor, revestidos de corpos celestiais e glorificados. Neste mesmo dia haverá terminado todo a cansaço, toda dor e enfermidade para o povo Deus. A morte estará vencida para sempre. Por isso, toda honra deve ser dada ao Espírito em gratidão por Seu ministério. Muitos perguntam se o Espírito Santo estará com o crente no céu, e a resposta é que mesmo após a morte, o Espírito Santo no crente é como uma fonte de água viva que salta para a vida eterna (Jo4. 14). A habitação do Espírito representa apenas o começo da vida eterna que terá a sua consumação na vida futura. “A nossa salvação agora está. mais perto de nós do que quando aceitamos a fé “, foi o que escreveu Paulo falando do estado de salvação que iniciou agora e que será consumado na vida futura. O Espírito representa a primeira parte dessa salvação completa, que pode ser ilustrada de três maneiras: 1.Comercial — a Espírito é descrito como penhor da nossa herança (Ef 1:14; II Co 5:5). O Espírito Santo é a nossa garantia de que a nossa libertação será completa.


2.Agrícola — o Espírito Santo representa os primeiros frutos da vida futura (Rm 8:23). A oferta de uma parte representa o todo. O Espírito Santo nos crentes, representa as primícias da gloriosa colheita vindoura, já que Ele nos conduzirá a Cristo.


3.Doméstica - Assim como as crianças recebem apenas uma porção de doce antes do banquete, assim por enquanto, apenas “provará... as virtudes do século futuro” (Hb 6:5). Assim como Cristo concedeu uma prova antecipada da porção reservada aos seus, assim Ele doará o Espírito novamente aos Seus (Ap 7:17).


3. PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO
Pecar contra o Espírito Santo é provavelmente a coisa mais horrenda que possa existir. O Espírito Santo convence a mundo do pecado, ministra aos santos como Consolador, ou seja, a Parácleto que está ao nosso lado. Apesar disso, muitos crentes pecam contra o Espírito Santo. Encontramos na Bíblia cinco admoestações concernentes às nossas relações para com o Espírito Santo. Destas duas, resistência e blasfêmia, referem-se a atitudes de pecadores. As outras três, mentir, entristecer e apagar, referem-se aos crentes.


A.POR PARTE DO DESCRENTE:
I.RESISTINDO AO ESPIRTO SANTO — At 7:37-60; Ex 32:9, Dt 9:6; II Cr 30:8; Pv 29:1; Gn 6:3. Estevão estava testificando a um grupo de judeus rebeldes a Deus, e acusou-os de estarem resistindo ao Espírito Santo (At 7:5 1). Sua pregação foi tão poderosa e bem argumentada que os seus oponentes não lhe puderam responder, e então o apedrejaram.
Existe um relacionamento intrínseco entre resistir ao Espírito e não crer em Deus. Resistir ao Espírito inclui todas as atitudes humanas que aceitam um degrau de obediência que é menos do que entrega completa a Deus. Isto significa que as pessoas que vivem em um estado de deliberada resistência ao Espírito Santo, perdem sua própria felicidade e ajuste pessoal. Resisti-lo é um convite À miséria humana.
O Espírito Santo é o divino Agente encarregado de efetuar a reconciliação do homem com Deus. Resistir ao Espírito é como se alguém estivesse se afogando e recusasse um salvavidas que lhe atiram. Portanto, a pessoa que resiste ao Espírito Santo, está recusando a ajuda do único Agente que pode salvar.
A conseqüência desta resistência é a morte eterna.


A.Maneiras de Resistir ao Espírito
1.Desatenção — Não prestar atenção ao que o Espírito fala é desatenção e desta maneira se resiste à voz do Espírito Santo. Mesmo. que seja um ato inconsciente, fazer pouco caso ou não ter tempo para ouvir a voz do Espírito é um ato de rebeldia que tem sua origem no espírito de rebelião de uma consciência cauterizada — “O homem que muitas vezes é repreendido, endurece a cerviz, será quebrantado de repente, sem que haja cura” (Pv. 29:1).
2.Procrastinação — A pessoa que adia constantemente sua decisão de aceitar a Cristo, resiste à voz do Espírito Santo. Percebe então que a comoção do Espírito torna-se cada vez mais fraca, até que chegue a desaparecer em sua totalidade — “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação?” (Hb 2:3; Gn 6:3).


2.A BLASFÊMIA CONTRA O ESPÍRITO SANTO
Este é o pecado mais grave, coma Jesus falou em Mt 12:31-32. E como tal não será perdoado. Jesus expulsou um demônio de um homem surdo-mudo, e isto causou grande admiração no povo que já se preparava para recebê-lo como Messias. Os fariseus afirmaram que Ele operava por estar ligado a Belzebu, uma divindade pagã., que era a príncipe dos demônios. Em Mc 3:20-30 a acusação foi ligada diretamente a Satanás, e no entanto, o poder que operava em Jesus era a poder do Espírito Santo. Essas acusações, portanto, foram gravíssimas, constituindo a pecado contra o Espírito e um desafio contra a Sua prerrogativa peculiar, ou seja, a de chamar o pecador a Cristo. Algo muito importante a ser notado é que nem todo pecado contra o Espírito Santo é blasfêmia, mas toda blasfêmia é pecado. A palavra blasfêmia quer dizer: “proferir deliberada e maliciosamente palavras abusivas contra Deus”. Quando alguém insulta o Espírito deliberadamente, está anulando a influência que o Espírito tem em nos atrair a Cristo. Quem comete tal pecado nunca obterá perdão, não porque Deus não seja misericordioso, mas em razão da pessoa ter ido ao extremo no caminho do mal. Em seu coração não há mais “tristeza segundo Deus que opera arrependimento para salvação” (II Co7:10). Sem essa “tristeza”, o arrependimento é impossível. O Pai espera arrependimento com tristeza da parte do filho faltoso, antes de perdoa-lo. Sendo que, tristeza e arrependimento pelo pecado, são atitudes impossíveis de ser praticadas por aqueles que blasfemam contra o Espírito, e como resultado, a salvação destes torna-se impossível. A blasfêmia envolve o ofender claramente, conhecendo bem, deliberada e premeditadamente, rejeitando a ação divina. Augsburger escreveu: “O pecado da blasfêmia contra o Espírito... é o resultado final da persistente rejeição de uma pessoa e um desrespeito à chamada do Espírito. A natureza deste pecado é estar fechado à revelação e redenção de Cristo, sendo testificada pelo Espírito. Blasfema contra o Espírito quando alguém repudia a chamada do Espírito à Cristo, como único meio de salvação”.
No entanto, embora seja possível cometer esse pecado em nossos dias, cremos que, relativamente poucos o têm cometido. Muitas vezes a diabo induz uma pessoa a pensar que cometeu o pecado imperdoável, quando realmente não o fez. O fato de alguém ficar aflito, pensando ter cometido esse pecado, já é prova de que ainda não o cometeu. o Espírito Santo ainda está atraindo essa pessoa a Cristo, e se obedecer à doce voz do Espírito, será salvo.


B. POR PARTE DOS CRENTES:
Os crentes podem vir a pecar contra o Espírito Santo também, embora esses pecados sejam de outra natureza, 1 Mentir à Pessoa do Espírito Santo — At 5:3-4
Ananias foi culpado da sua ofensa. Pedro perguntou: “Por que encheu Satanás o teu coração para que mentisses ao Espírito Santo?” (At 5:3). Ananias estava procurando a recompensa dos homens em nome do amor fraternal. Ele professou estar servindo a Deus fielmente, quando no momento, estava servindo a si próprio. Mentir ao Espírito é frustrar Seu propósito sobre a terra e destruir aquelas virtudes que Ele representa. Não é de surpreender que Deus achou que tal decepção e falsidade fosse tão ofensiva, a ponto de mandar destruir Ananias.


2.Entristecer o Espírito — Ef 4:30 (trata-se da habitação interna do Espírito Santo).
A linha de significado da palavra “entristecer” é “tornar infeliz” ou “causar tristeza”. e os sinônimos possíveis são: ferir, ofender ou angustiar. Sandersescreve: “entristecer é uma palavra de amor. Alguém pode enraivecer um inimigo, mas não entristecê-lo. Unicamente alguém que ama pode ser entristecido”. Portanto, o entristecer do Espírito é primeiramente, a ação de um crente, por isso é que o Espírito assume uma atitude de ternura e afeição para com os crentes. De que maneira pode-se entristecer o Espírito? O crente entristece o Espírito e impede a Sua operação quando é dirigido por motivos carnais, manifestando as seguintes atitudes:


a)Desejos e palavras ímpias — Ef 4:29-31
“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa, para promover a edificação, para que dê graça aos que ouvem” (Ef 4:29) — É uma advertência ao crente, para não pecar com as palavras que sai da boca. O Espírito Santo é muito sensível, como é simbolizado através da pomba. A ocupação é com a glória de Deus e com o bem estar do crente. O Espírito Santo fica triste quando vê uma pessoa fazendo e dizendo tais coisas, que também, irão prejudicar a vida espiritual do crente. O Espírito não habita num coração de onde procedem pensamentos e desejos ímpios, bem como palavras torpes, porque Ele é o Espírito Santo. É muito triste quando um crente cai num fracasso destes.
Pecados do espírito humano são repulsivos ao Espírito Santo (Ef4:31) — “Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias, e toda a malícia seja tirada de entre vós”. Todas estas atitudes são provenientes da carne e fazem parte da velha natureza. Devemos crucificar estas atitudes, afim de que o Espírito Santo tenha prazer em nós.


b)Amar as coisas mundanas
A Palavra de Deus diz em I Jo 2:15 — “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo o amor do Pai não reside nele”. O cristão deve viver separado do mundo, dos seus prazeres e do mau espírito que domina e influencia todas as práticas corruptas. O Espírito Santo deseja que dediquemos todo o nosso amor a Jesus Cristo, nosso Salvador.Ele zela pelo nosso bem estar e tem ciúme santo, quando o crente tem amor às coisas mundanas (Tg 4:5).


c)Incredulidade
O Espírito Santo sente-se muito ofendido quando alguém duvida da veracidade da Palavra de Deus. Esta incredulidade pode afastar-nos completamente da Sua companhia (Hb3:12).


d)Ingratidão
A falta de reconhecimento para com Deus por Seus favores e benefícios, por Seu amor e misericórdia, também entristecem muito o Espírito Santo.
O salmista Davi cantou: “Bendize ó minha alma ao Senhor... e não te esqueças de nenhum dos Seus benefícios” (Sl 103:1-2).


e)Falta de oração
Não orar significa evitar o contato com o Espírito Santo e assim, o auxílio do Senhor é desprezado.A oração é tão necessária quanto à alimentação material, e esta é a razão de muitos crentes estarem deficientes em sua vida espiritual. O Espírito se entristece quando rejeitamos Sua ajuda.


f) Rebelião
A Bíblia diz: “Mas eles foram rebeldes, e entristeceram a Seu Espírito Santo” (Is63:10). Portanto, a rebelião entristece a Espírito de Deus.


g)Desonestidade
“Quanto ao mais irmão tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto... seja isto que ocupe o vosso pensamento” (Fp4:8) “A ninguém torneis mal par mal, procurai as coisas honestas perante todos os homens”(Rm 12.17) “Andemos honestamente, como de dia.. nem em desonestidade...” (Rm 13: 13).


h) Amargura
“Toda amargura... seja tirada de entre vós” (Ef 4:31). “Tendo .cuidado que ninguém se prive da graça de Deus, e que nenhuma raiz de amargura, brotando vos perturbem...” (Hb 12:15).


i)Falta de atenção às advertências
Jesus disse a respeito do Espírito Santo: “‘Ele vos guiará a toda verdade... e vos anunciará as coisas que hão de vir” (Jo 16:13). A falta de atenção às advertências do Espírito Santo pode causar danos espirituais e físicos (Ap 2 e 3; Hb 3:7-8; Jo 33:14-22; Pv 1:23-33). j)Desobediência às ordens divinas
O homem, por melhor que seja, não está isento de desobedecer a Deus. Devido a sua desobediência a Deus, Saul sofreu grandes perdas (ISm 15 - 16:14).


k)Paixões carnais e atos pecaminosos
Do ponto de vista espiritual, a força de qualquer homem depende do Espírito Santo de Deus (Lc 4:6). Mesmo Sansão, que foi tão extraordinariamente usado por Deus quando o Espírito Santo se apossava dele, impossibilitou a operação do Espírito em sua vida, ao dar lugar às paixões carnais (Jz16:7,20,21). Primeiramente, o entristecimento do Espírito Santo acontece com as motivações interiores, e, Ele que sonda os corações e conhece as suas verdadeiras intenções, sabe que logo depois. isto se transformará em ações. Paulo. escrevendo aos Efésios disse: “E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção” (Ef 4:30). Embora a Igreja em Éfeso tenha começado notavelmente bem (At 19), uma geração depois, João escreveu: “Lembra-te, pois, donde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obra; quando não, brevemente virei a ti, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres” (Ap 2:5). Uma igreja que é culpada de entristecer o Espírito, está claramente, em declínio espiritual.
A resposta do Espírito ao fato de que Ele está entristecido com o crente, é produzir convicção. Em vez de relacionar-se em comunhão, Ele ministra a convicção de pecado. O gozo, o poder e a comunhão que normalmente caracterizam a vida do crente são quebrados quando o Espírito é entristecido. Isto não significa que o Espírito acabe com a vida divina na pessoa, mas Ele interrompe a comunhão divina, e portanto, o crente perde a utilidade para o serviço de Deus. A ação responsiva para o crente que se encontra nesta situação é a de confessar e deixar o pecado, e assim abandonar o que entristecia o Espírito.


3.APAGAR O ESPÍRITO
I Ts 5:19 (tem a ver com o derramamento para o serviço).
O termo “apagar” ou os equivalentes “sufocar” ou “extinguir”, dão a idéia de apagar o fogo ou a chama. Mais uma vez, essa ofensa contra o Espírito Santo, é cometida pelos crentes. Paulo escreveu à igreja de Tessalônica: “Não apagueis o Espírito” (I Ts5:19-21). Quando alguém apaga o Espírito, ele deliberadamente impede a ação do Espírito, opondo-se à Sua vontade e recusa-se a obedecer oSeu chamado. Sanders escreve: “Quando os métodos seculares substituem os espirituais, quando o louvor do homem é preferido ao louvor de Deus, quando o culto é dirigido pelo homem, ao invés de ser dirigido por Deus, o Espírito pode ser apagado”.
Nem sempre é o caso, isto tem sugerido que o crente entristece o Espírito ao dizer “sim” para Satanás e ao dizer “não” para Deus. Certamente o Espírito é apagado quando o homem toma o controle de si mesmo e a carne governa a sua vida. Qualquer coisa que nega o ministério do Espírito Santo apaga o Espírito. Ele é apagado quando a opinião humana prevalece, quando Seu dom é ignorado, Seu trabalho resistido ou quando o compromisso com a obra de Deus é mera hipocrisia. Quando alguém, simbolicamente falando, “joga água fria” sobre qualquer aspecto do ministério do Espírito, está apagando o Espírito. O objetivo da chama livre do Espírito Santo é consumir a escória e produzir uma vida santificada. Às vezes, a falta de providenciar combustível (nossa submissão), pode ser um meio de apagar o fogo do Espírito.


CONCLUSÃO
Vimos neste semestre, a operação do Espírito Santo convencendo do pecado, regenerando, habitando, santificando e produzindo o Seu fruto, batizando, curando, arrebatando e glorificando, agindo desta maneira em toda a experiência humana. Estudamos também as várias formas de pecar e entristecer o Espírito Santo, sendo que, a resistência e a blasfêmia contra o Espírito, são concernentes ao pecador; e o mentir, entristecer e apagar, referem-se às ações de crentes que impedem a operação do Espírito Santo em suas vidas. O Espírito Santo é a realidade da presença de Deus. Que possamos conservar entre nós e conosco a “glória de Deus”, o Espírito Santo, comungando com Ele, buscando-o com diligência, reverenciando-o com uma vida de santidade e fazendo o que é agradável diante dEle, através de uma vida de obediência, submissão e gratidão.